Nos anos que seguiram o fim da Guerra Fria, a política do ocidente foi confiante na adoção da democracia como sistema político, já que a consideravam superior e vencedor em relação aos demais experimentados ao longo do século XX, de acordo com Francis Fukuyama em um de seus livros.
Já a maioria dos analistas da sociedade político chinesa discordam, alegando que essa última década revelou muitas deficiências no sistema que nós do ocidente defendemos como impecável. Argumentam que falhamos em resolver os problemas econômicos, políticos e sociais na maioria dos países governados de forma democrática, incluindo o Brasil - que vinha com crescimento virtuoso desde o início do plano Real.
Em contraste, o socialismo com características chinesas é o que deu a propulsão para realizar o Sonho Chinês, (Hollywood que o diga com o famoso Amercican Dream que utilizaram para criar a imagem positiva) de REJUVENESCER. Esse é o termo utilizado pelo governo chinês para mobilizar toda a população e fazê-la aceitar as novas reformas e revoluções necessárias ao triunfo desse sonho.
Congresso Nacional
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De acordo com a professora Lyu Jia da Universidade de Tsianghua, o sistema democrático da China, sob a liderança do partido comunista (CPC), é perfeitamente adequado e atual para as tradições culturais do país que sobrevivem até hoje. O governo chinês tem em torno de 90 milhões de servidores, sendo 30 milhões trabalhadores agrícolas, os quais podem ter outro emprego, além de trabalhar para o governo.
Ao contrário de todos os partidos políticos ocidentais, que representam os interesses apenas de parte da população, a atual forma de governo chinês representa o setor produtivo e a classe trabalhadora, ou seja: desde o mega empresário até os operadores industriais e trabalhadores do campo.
Além disso, a professora afirma que a China é a única civilização antiga que continuou a evoluir por mais de 5 mil anos sem pausas. E o engraçado é que não se tem como confirmar essa informação para antes dos anos 60, devido ao fato de o país ser, o que podemos chamar de, “introspectivo”.
O atual governo chinês herdou uma civilização rica em tradições culturais, as quais são mantidas e cultivadas com o objetivo de servir a nação e o seu povo e prover uma economia próspera. Essa pujança contraria alguns estudiosos ocidentais, que durante a guerra fria previam um colapso da China. O país segue crescendo desde então, sem nenhuma retração.
As 3 principais razões para o crescimento econômico, estratégico, cultural e espiritual da China:
1. Planejamento de longo prazo: a maioria dos projetos são aprovados e colocados em prática com facilidades, já que não há limitação de prazo para sua execução, uma vez que o mandato do presidente é longo. Existe burocracia, claro, só que os projetos quando aprovados são levados à cabo com rapidez. O principal fator limitante são mudanças de políticas durante cada novo presidente que assumiria o cargo, o importante é fazer com que se tenha um projeto unificado a longo prazo, ao invés de ficar tapando buraco.
2. O governo priorizou a construção de uma nova economia, encorajando a população a trabalhar para o desenvolvimento econômico, deixando outros interesses de lado e criando programas para tornar setores improdutivos em produtivos, ou seja, ensinando a pescar em vez de dar o peixe. Outra característica é que não precisam de consenso sobre mudanças ou pequenas reformas, pois não dependem de votação no senado e câmara, já que o poder é muito centralizado. Ao contrário dos sistemas democráticos, em que vemos discussões intermináveis devido a múltiplos interesses por trás das mudanças, das quais estamos fartos... Na China o papo é reto.
3. O governo chinês sabe atender com equilíbrio aos interesses do povo e das pessoas no resto do mundo, pois tem um projeto de longo prazo para a construção de uma nação, não apenas considerando os interesses nacionais, mas também os internacionais. "Comunidade de destino compartilhado para a humanidade", esse foi o conceito do atual presidente chinês, o qual foi incorporado a uma resolução das Nações Unidas.
Mais de 20 anos após a guerra fria, o mundo continua a enfrentar ameaças como terrorismo, guerras entre norte e sul e problemas com refugiados. Em muitos países ocidentais, o populismo é desenfreado, além disso as pessoas detestam refugiados, chegando ao ponto de demonizá-los. E os políticos, falham em resolver esse problema pois não querem perder votos ou antagonizar com os eleitores.
Estive durante o feriado nacional em Beijing, e presenciei muito patriotismo entre a população chinesa. Sabemos que existem pessoas do mundo todo trabalhando em diversos setores por lá e mesmo assim não percebi nenhum tipo de discriminação. Talvez por esta e outras características que os chineses se adaptaram muito bem no continente africano.
O governo chinês pode não ser perfeito, tampouco o sistema adotado, mas prova-se o mais adequado para AQUELE país. Tem servido à população como um todo, melhor que o estilo ocidental de democracia. Mas vimos que o tipo de regime implantado em Cuba, Venezuela e Coreia do Norte não funciona nem a pau, e nunca vai funcionar. Tu que te considera socialista, melhor mudar teus ideais e entender que a China por mais que tenha em seu nome de governo a palavra comunista, esta muito mais perto de um tipo de capitalismo adequado.
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Fontes:
Anotações pessoais - Workshop of Safe Production of Grains, em Shenyang, China Set.2017
Workshop on seed technology production em Wuhan, China, Jul. 2016
Workshop on seed technology production em Wuhan, China, Jul. 2016
The earliest Chinese Communist Party Online Information Source www.chinatoday.com/org/cpc/
The Diplomat - https://thediplomat.com/2013/02/chinese-dream-draft/
World Bank - https://data.worldbank.org/country/china
World Bank - https://data.worldbank.org/country/china
How the new world order is taking shape www.chinadaily.com.cn/world/2013davoswef/2013-01/22/content_16153054.htm
Economic Inequality and Political Stability in Russia and China (PDF) Stephen White,Ian McAllister &Neil Munro Pages 1-7 | Published online: 31 Jan 2017
Francis Fukuyama, The End of History? (PDF) The National Interest N. 16 (Summer 1989), pp. 3---
Agradecimento para Ana Carolina Dal Ben pela colaboração na conclusão deste texto.
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