June 13, 2016

Treinamento na China - O governo oferece vários cursos, e de graça!.

Foi durante um congresso da ISF (International Seed Federation) em Krakow que descobri sobre esse programa de treinamento oferecido por uma estatal chinesa, durante uma conversa com uma senhorita de uma empresa de sementes. Após pouco mais de 1 ano de espera para abrirem novamente as inscrições, consegui aplicar para o programa e na mesma semana já entraram em contato para dar continuidade nas entrevistas e conclusão da aplicação.

Foram uns 30 minutos de entrevista e depois tive que enviar um relatório das atividades que executo como produtor rural e produtor de sementes, vou fazer um texto depois explicando melhor isso.

Existe uma lista bem grande de outras bolsas oferecidas pelo governo chinês, se alguém tiver interesse entre em contato comigo que posso conseguir mais informações para esse e outros treinamentos. Só para ter idéia, tem até workshop para acupuntura! Nada haver com agricultura, mas a diversidade de cursos é grande!

Pois bem, passarei 30 dias em Julho, 20 dias de treinamento intensivo, a convite do governo da grande República Popular da China, imerso em um treinamento sobre produção agrícola, tecnologia de sementes, gestão e sistemas de produção.

Após a conclusão dessa treinamento, a idéia será relatar um pouco neste blog de como foram os aprendizados lá.

































Aqui ó :
http://www.cistc.gov.cn/Training/English/details.asp?column=951&id=90538

June 12, 2016

Rússia: agricultura, kolkhoz e patriotismo.



A primeira vez que fui para Rússia foi em Junho de 2013, no Sudoeste, região de Krasnodar e Gelendzhik, próximo ao mar negro, região com solos extremamente férteis com alto teor de matéria orgânica, onde tive oportunidade de visitar certas lavouras de trigo e participar de um congresso da Russian Grain Union,  equivalente a uma União da Federação Russa de Grãos, entidade que estuda o mercado de grãos daquele país e região. Desta vez vou tentar descrever informações gerais que ouvi e anotei durante minha estadia no mês de Junho de 2016 neste grandioso país. Foram conversas, palestras e workshops junto com a experiência de conhecer uma extinta fazenda coletiva.

CONFERÊNCIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA

Desta vez estamos participando de reuniões sobre o mercado de fertilizantes e do mercado de grãos. A maioria das conversas se davam durante pausas para o café entre algumas apresentações e reuniões previamente agendadas no lobby do hotel ou em salas de reuniões privadas, que certas empresas dispunham. Foram em torno de 1.200 participantes e mais de 90 países. Todos com o mesmo interesse: o mercado de Fertilizantes e Agricultura. 



MERCADO DE GRÃOS

Sala de Reuniões
Estamos passando por uma situação bem peculiar com a valorização de nossos grãos. A maioria das pessoas que conversamos demonstram receio sobre o mercado brasileiro e muitos consideram o Brasil um país difícil de investir e fazer negócios devido a instabilidade política, que avacalha com tudo. Na minha opinião, quanto menos interferência do governo melhor, devendo este ficar somente responsável pelos tres pilares: educação, saúde e segurança. Enfim, como éramos os únicos produtores rurais participantes do evento, sempre deixávamos claro as terríveis dificuldades que é ser produtor no Brasil e mesmo assim, o orgulho que temos em produzir.


Em outros países produtores de grãos na Ásia, diferente do Brasil, os preços destes produtos caíram na maioria dos mercados internos, fazendo com que os agricultores investissem menos em suas lavouras, reduzindo o uso de insumos e utilizando até 40% menos fertilizantes. O investimento de adubo tanto em uma lavoura de altas produtividades no Brasil, China e outros países fica em torno a 45% para o produtor. Sabemos que não existe ótima produção de grãos sem uso eficiente de fertilizantes, portanto esse corte nos custos deve ser bem avaliado conforme o tipo de solo, cultura, reposição de nutrientes... para cada área em questão. Um assunto que não foi comentado em nenhuma palestra foi a utilização de forrageiras, adubação verde com plantas de cobertura do solo como forma de reciclagem de nutrientes e aumento de matéria orgânica, muito utilizado em nosso país. Claro, a intenção da maioria das empresas participantes é que os produtores utilizem mais fertilizantes, e não tenha interesse em alternativas para este produto, para eles aquela é a melhor alternativa, o agricultor é quem deve buscar ferramentas adequadas para sua realidade.


FERTILIZANTES E ECONOMIA MUNDIAL

Ballroom I
Muito se falou sobre o contexto econômico atual e os 3,5% de PIB médio mundial. Ter um PIB baixo não é bom pra nenhum país nem pra ninguém, pois causam violências e até guerras. Mas não acho pouco desconsiderando as disparidades entre blocos econômicos. Incluindo todos países, não se tem nenhuma perspectiva de crescimento progressivo até meados de 2020. Esse cenário não favorece nenhum setor, mesmo existindo uma efervescência com o atual preço dos grãos no Brasil. O preço dos farelos afeta o preço da produção de frangos, suínos, leite e em alguns casos da pecuária de corte, gerando inflação.

Segundo as principais organizações mundiais de análise de consumo e oferta de alimentos baseados em grãos, a FAO, USDA e IGC, o uso das commodities agrícolas não têm um rumo muito definido pois cada  uma dessas organizações têm perspectivas diferentes entre si. Uma diz que o consumo vai ser menor que a oferta de alimentos, outra relata que será equilibrada e o outro argumenta que o consumo será muito maior que a oferta. Mesmo com tanta facilidade de acesso à informação ainda existem incertezas quanto a oferta e demanda de alimentos no mundo e acredito que é em virtude dessa imprevisibilidade que torna a agricultura tão atraente, ao risco.

URÉIA

O preço do petróleo nunca esteve tão baixo, e essa deflação tem impacto nos preços dos fertilizantes, especialmente a uréia. Petróleo com preços baixos em vários países, menos no Brasil, gás natural em abundância e carvão barato na China, é o que esta tornando a uréia a ser vendida num preço médio de 200USD por tonelada na fonte. A China, como qualquer outro produtor de matérias primas, tem muito interesse em comercializar fertilizantes direto para grupos de produtores rurais brasileiros. Existem alguns grupos de produtores rurais que já fazem isso, tudo para cortar custo de produção e conseguir melhores margens na compra do insumo mais caro para formação de uma lavoura.


FOSFATO E POTÁSSIO

O fosfato ainda se tem capacidade de exploração e produção para mais 40 anos, sem nenhum esforço extra em ternos de expansão de novas minas, tornando seu preço estável por um bom tempo devido a oferta. Para o potássio esta ocorrendo um aumento na produção e abertura de novas minas, gerando um leve aumento de custo de produção das mineradoras, que pode aumentar um pouco o preço no mercado para o restante da cadeia.


COMO AGREGAR VALOR NOS FERTILIZANTES

O que vejo sobre esse assunto é que todo e qualquer adubo tem a mesma origem, e as vezes vem do mesmo navio e a mesma carga é distribuída para diferentes empresas de fertilizantes misturadoras no Brasil, que vendem esses adubos para o consumidor final. Pois bem, a única forma de se agregar algum valor nesses fertilizantes seria com adição de adjuvantes, corantes e as vezes alguns micronutrientes, de que nem sempre nosso solo esta precisando no momento, e é isso que as empresas de fertilizantes estão tentando fazer para se diferenciar, agregando valor e vender para o produtor rural um produto "diferenciando". Agora, dizer que a granulometria do adubo é diferenciada do concorrente, sendo que sabe-se que vem da mesma mina, da mesma fonte de matéria prima e até mesmo do mesmo navio. Pode ser considerado uma grande ladainha. Por essas e outras que sinto uma enorme necessidade de entender bem a cadeia que envolve o agronegócio.


JOVENS LIDERANÇAS

Turma Workshop Young Leaders
Um dos treinamentos tinha como tema de debate as Jovens Lideranças no mercado de fertilizantes e corporações agrícolas da qual também tive oportunidade de participar. Um russo uma alemã e um canadense, com mais de 30 anos de experiência no mercado, discutiam sobre assuntos bem específicos ao tema.  Uma das sugestões era de que esses jovens tivessem mentores dos quais pudessem pedir conselhos, de preferência mentores de dentro da própria empresa e de no máximo 2 cargos acima. O ponto mais positivo que achei nesse workshop foi a conclusão sobre que esses jovens líderes não percebem e não se importam  tanto com as distinções e diferenças entre gêneros e raças dentro das corporações, assunto um tanto mais controverso para executivos a mais tempo no mercado, portanto é uma geração de novos executivos que estão surgindo com novas percepções culturais de inclusão, esperamos. 


KOLKHOLZ, FAZENDAS COLETIVAS

"Produtores, protejam suas áreas da classe inimiga"    
Enormes complexos habitacionais em forma de blocos ainda arranham os céus de Moscou, mesmo em alguns vilarejos mais afastados da capital. Apartamentos foram oferecidos à população pelo regime comunista em uma espécie de reforma imobiliária. Porém com a queda daquela ditadura, a maioria dos apartamentos foram vendidos aos seus residentes por valores simbólicos. O mesmo aconteceu com as fazendas coletivas, chamadas Kolkhoz, pronuncia-se "colrróz". No auge do sistema foram confeccionadas diversas propagandas em cartazes sobre aquele sistema de produção, algumas incentivando o trabalho no campo e atrair pessoas urbanas ao meio rural e outras externando a guerra entre as classes sociais.

Visitamos uma antiga fazenda cooperativista. Mas hoje em dia todas essas propriedades que eram do governo foram vendidas para empresas privadas com proprietários que administram e trabalham para produzir objetivando retorno financeiro privado.


TRADIÇÃO NA AGRICULTURA

Muitos homens e mulheres, com pouco ou nenhum conhecimento na área agrícola, eram forçados a saírem das cidades e irem morar e trabalhar nessas fazendas. Em certos casos o governo simplesmente solicitava que alguns produtores, já habituados com os manejos de uma lavoura de trigo por exemplo,  abandonassem essa cultura para iniciar uma produção de hortaliças na mesma área. Fico imaginando como seria se de um ano para o outro fossemos deixar de produzir soja, milho ou forrageiras para iniciar a produção de uma cultura totalmente desconhecida para mim, como por exemplo a batata. Lógico que os equipamentos e insumos eram todos fornecidos pelo governo, mas mesmo assim deveria ser um impacto para o produtor rural. Mesmo impacto que ocorreu quando houve um incentivo aos produtores de tabaco em algumas regiões do Rio Grande do Sul a abandonar a cultura do fumo pela produção de cítrus. Tudo bem que para quem olha de fora o empreendimento administrativo e gestão dos recursos não mudaria muito, mas para o produtor os manejos e conhecimento técnico seriam totalmente novidade.
A dominação soviética foi tão severa que impactou profundamente na vida cultural de algumas tribos da região da Sibéria e leste da Rússia, interrompendo os costumes étnicos, crenças, manejos de pesca e sobrevivência. Todas as formas e métodos de caça em convivência e harmonia com a natureza foram perdidos pra sempre pela imposição política do regime comunista.


ASPECTOS CULTURAIS DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA RUSSA e URSS

A maioria das fazendas num raio de 200km da capital Russa consistem em propriedades produtoras de leite. Os russos comem muito queijo e derivados, alimentos farináceos, uma diversidade de carnes e miúdos saborosos, bebem muito leite e deliciosas "Bodkas" para aquecer o corpo durante o inverno que pode chegar até  -40C em algumas regiões urbanas. Os extintos Kolkhoz que visitamos ficavam a uns 80Km ao nordeste de Moscou, próximo de Yaroslavl. Não foi tão fácil conseguir autorização prévia para visitar a propriedade, que hoje tem toda sua operação de ordem privada. A sede da fazenda é cercadas por enormes compensados de metal e cancelas com seguranças, muitas vezes bem mal encarados, que fazem o controle da entrada e saída de pessoas. Ninguém mais na Rússia conhece essas propriedades pelo nome de Kolhkoz, a maioria das fazendas e empreendimentos agrícolas tem um novo nome, escolhido pelo proprietário conforme a razão social.

Campo nativo próximo a Yaroslavl
Na região que visitamos existem muitas áreas paradas, em pousio, e os campos nativos crescem em abundância. Nesses casos os proprietários dessas áreas devem mate-las limpas e roçadas, caso contrário o governo daria como improdutivas e poderia tomar de volta a área. Sim, tomar de volta, pois a maioria delas faziam parte dos Kolkhoz que foram vendidos por preços simbólicos para novatos e de certa forma inovadores empresários russos no fim da URSS, a pouco mais de 30 anos atrás. Inovadores, pois seriam os pioneiros em seu país ao criar uma empresa agrícola. A maioria dos proprietários de áreas rurais não são exatamente produtores rurais e nunca foram pois somente possuem a terra mas nunca produziram nada. Eles arrendam ou muitas vezes nem isso. Liberam a área com campo nativo para produtores de pecuária e leite que possam pastorear com propósito de fazer uma roçada natural deste campo nativo para provar ao governo que são áreas produtivas, impossibilitando a desapropriação. 


VISITANDO A PROPRIEDADE RURAL

Fomos recebidos no escritório da propriedade, dentro de um novo pavilhão, pela administradora que se chamava Olga. Estávamos em tres brasileiros, eu, Gustavo e Luiz nosso pai, junto com Aleksa nossa guia e tradutora do russo para o inglês. Ela quem nos contou que sua mãe havia trabalhado em um ministério do governo comunista e explicou como funcionavam os imóveis naquela época. 
A empresa agrícola que visitamos tem menos de 1 ano de operações, possui 180 vacas em lactação e 12 funcionários, sendo a maioria mulheres, em uma área total de 1.000 hectares, onde o hectare vale em torno de R$3.000,00. Poderiam ter mais vacas, só não o fazem pela falta de instalações e equipamentos.

Novas instalações de ordenha
A produção média de leite é 20 litros por vaca e é vendido entre R$0,20 a R$0,35 centavos por litro, muito abaixo do preço vendido pelos agricultores no Brasil. Ela não nos informou seu custo de produção, porém as vacas se alimentam de pastagem nativa bem diversificada, não colocam nenhum tipo de adubação, pouquíssima suplementação e antes do inverno rigoroso reservam uma área para cortar e fazer silagem, uma espécie de conserva de pasto que é para durar durante o inverno inteiro, 5 meses de pura neve. O solo é um pouco arenoso e bem diferente da região dos grãos em Krasnodar, onde se encontra solos pretos. Durante nossa conversa com Olga, ficamos curiosos em conhecer o antigo pavilhão que ficava mais afastado e seria totalmente reformado e transformado em um novo complexo para novas ordenhadeiras. Após mais algum tempo de conversa, Olga perguntou se nosso interesse era vender ou comprar algum produto. Mencionamos que estávamos visitando o empreendimento apenas para trocar experiências sobre produção agrícola. A partir de então, suas respostas começaram a ficar mais curtas. Resolvemos seguir adiante, agradecer pela recepção e ir visitar as novas instalações de ordenha. Nada muito diferente de nossa realidade, a não ser pela belíssima música clássica que tocava para as vacas durante o período de ordenha. 

Quadro elétrico do antigo Pavilhão    
 Instalações do antigo Kolkhoz












Nos despedimos e entramos no carro, durante o caminho até a cancela da saída, nos deparamos com tratores e caminhões praticamente abandonados no tempo e mais adiante o antigo pavilhão da época da URSS, provavelmente da mesma forma que foi deixado no início dos anos 90. Paramos o carro, descemos e entramos por uma abertura azul. Eram as instalações de um antigo Kolkhoz. 
Tratores praticamente abandonados
Depois de alguns minutos, ouvimos vozes vindo de fora do pavilhão se aproximando, alguém gritando. A língua russa já é um tanto estranha para nós, gritando é mais ainda e pelo tom que se ouvia não parecia ser amigável, foi quando Aleksa falou que devíamos ir embora. Era Olga, feroz por termos entrado naquele antigo pavilhão soviético sem a devida autorização. Fomos praticamente escoltados até a saída. Nos restou apenas rir e ao mesmo tempo ficar na dúvida se o homem mal encarado que acompanhava Olga possuía ou não o famoso fuzil soviético AK-47 em seu veículo.



UM POUCO DE HISTÓRIA:  QUEM FORAM OS COSSACKS

Para alguns moscovitas que conversei, muitos acham que Ucrânia esta voltando a fazer parte do território Russo, por incrível que pareça. A maior parte da população russa é extremamente patriota, característica que vem de alguns séculos de muitas guerras sangrentas. O país vive um momento de sanção comercial devido a anexação da Criméia, o que vem se intensificando pela nova guerra no leste da Ucrânia contra forças separatistas. É visível que o interesse da Russia são os recursos naturais e o solo fértil daquele país. Um exemplo bem chulo mas seria como se o Brasil quisesse anexar o Uruguai de uma hora pra outra.  Esta sendo graças ao apoio de soldados que lutaram e lutam por novos territórios e a defesa das fronteiras desde antes dos impérios Czares ou Tsares do ano 1700. Esses soldados são os Cossacks. 
Cossacks do início do século 19. (fonte: Royal Russia News)

Dito como extintos desde 1917 pelo exército vermelho, mas permanecem atuantes, lutando por causas de interesse próprios ditos nacionais. Esses grupos de soldados Cossacks, sobrevieram durante gerações e são considerados um tipo de patrulha policial independente que impõe moralidades, formado por voluntários que se consideram descendentes diretos e indiretos. Durante a guerra na Criméia e agora na tentativa de anexação da Ucrania, os Cossacks não têm autoridade de prender ninguém e nem portar armas de fogo, somente espadas, isso é o que diz o governo russo. Porém muitos concordam que atualmente a presença dos Cossacks intimidam e ameaçam mais do que os próprios soldados. No entanto existem muitos argumentos controversos de que esses soldados independentes são ilegítimos. Grupos oficiais não admitem certas atitudes e protestos que vem ocorrendo atualmente dentro e fora da Rússia, pois mencionam que alguns atos vão contra os idéais da origem destes antigos guerreiros. Qual seriam exatamente esses ideais?  Acredito que seriam vários, pois facilmente qualquer pessoa encontra no varejo algum tipo de uniforme, conforme o da foto abaixo, e a partir de então podem-se autodenominar um Cossack.
Novos Cossacks - (foto: Le Guardian)

Essa atitude conforme os grupos oficiais, esta ofendendo o sentimento e honra dos verdadeiros ancestrais e suas famílias. Foram relatados no último senso cerca de 7 milhões de pessoas, incluindo a Rússia e outros países da antiga União Soviética, dizendo-se descendentes destes "cavaleiros da liberdade". Acontece que muitos desses grupos são considerados falsos e perigosos, pois são financiados por recursos duvidosos e até com ligação no crime organizado russo, colocando em xeque mais uma vez sua legitimidade. Essas informações encontrei no jornal The Moscow Times pela jornalista Eva Hartog, durante o vôo de volta para o Brasil e enquanto pude ir escrevendo esse texto.


ONTEM E HOJE

Não se pode negar que é tudo grandioso na capital russa, foram investidos muito em segurança, estradas, transporte público... as estações de metro são consideradas uma das mais eficientes e com arquitetura peculiar, repleta de lustres luxuosos, estátuas e mármores.
Uma frase hipotética que nos foi citada aqui na Russia que define um pouco de como era o ponto de vista na época. Um americano veio visitar uma fábrica de veículos na URSS e depois o russo foi ao Estados Unidos conhecer a empresa naquele país:

Russo: Aquela é a NOSSA empresa, e esse é o MEU carro
Americano: Aquela é a MINHA empresa, e esses são NOSSOS carros.

Hoje a Rússia utiliza a segunda frase acima para mostrar seus empreendimentos e sua produção.