October 3, 2017

BIOPESTICIDAS: Uma visão diversa

(A partir do workshop presencial em Shenyang Agricultural University - Safe Production of Grains)



Campo Experiemental em Shenyang
Ingredientes ativos de plantas e organismos naturais, como óleos essenciais e extratos vegetais, já são uma realidade na agricultura brasileira, mesmo representando uma mínima fatia do mercado de insumos e com preços mais elevados do que os sintéticos. É o manejo integrado e biológico de pragas, doenças e plantas daninhas.

À alguns dias, circularam diversos rumores sobre a legalidade desta pratica executada on-farm, ou seja, no caso de agricultores fazerem seus próprios biopesticidas. Sim, hoje é possível produzir todos esses insumos em casa e não depender totalmente de insumos da massa industrial, que tanto nos serviu. Não precisa procurar muito pra acharmos cursos on-line de como produzir sua fábrica de rações, utilizando todos recursos produzidos na fazenda. No entanto não é nenhum pouco fácil essa produção para os biopesticidas, mas também não é impossível, caso a intenção seja extrair o principio ativo de plantas ou organismos como fungos e bactérias e multiplica-los para utilizar nas áreas da fazenda. O conflito que ocorre é sobre a integridade destes produtos e se serão produzidos dentro dos padrões, mantendo a qualidade e eficiência no controle. Já existe uma enorme pressão* da própria indústria de biológicos contra a prática dos agricultores multiplicarem seus biopesticidas em casa. Mas os biológicos são mesmo seguros? Será que um dia poderemos ter uma lavoura totalmente isenta de moléculas sintéticas e produzir nossos próprios insumos? A resposta é não, por enquanto.
Aqui uma matéria sobre essa pressão*



NA PRÁTICA

Parte do grupo de discussão sobre biopesticidas com representantes
do Egito, Filipinas, Malásia, Paquistão, Índia,  Jordânia, Irã,  Sudão, 
Camarões e Bangladesh.

Na questão da segurança no manejo biológico, acredito que vai depender muito da política agrícola e da pressão que o setor industrial vem fazendo, e claro que para produzir esses insumos nas biofazendas deveriam haver controles de qualidade e até mesmo registros para a produção e inibição do comercio ilegal entre agricultores. Dessa forma, só poderá ser multiplicado para uso próprio. Mesma situação que o corre com sementes salvas, das quais é ilegal o comércio entre agricultores, contudo sabemos que essa prática de se salvar sementes é um dos fundamentos de diminuição da produtividade nas lavouras. Por mais que as sementes salvas aparentam ser "bonitas", elas não passaram por controle de qualidade rigoroso. Depois de muitos ajustes, a produção de sementes certificadas, por exemplo, passam por quase 10 testes de qualidade interno, e cuidados absolutos no processo de beneficiamento, antes de receberem a certificação, garantindo maiores produtividades.



PERDA DA EFICIÊNCIA

Com relação aos atuais fungicidas, herbicidas e inseticidas que conhecemos, existe preocupação com a maioria das culturas de grãos, pois estão aumentando os indices de perdas devido a resistência dos fungos, insetos e principalmente plantas daninhas por esses insumos sintéticos, sem falar no aumento de custo de produção pelo aumento de aplicações. Os insumos químicos estão perdendo o efeito ou tendo um residual bem mais baixo do que alguns anos atrás, constatação feito por diversas pesquisas e trabalhos no mundo todo. Aqui um artigo da FAO e  aqui uma pesquisa Americana.

Qual o custo de um controle de daninhas com todos os tipos de herbicidas utilizados desde o pré-plantio, plantio, pós-plantio e ainda levando em consideração depreciação do pulverizador e óleo diesel? Se compararmos com o custo de implantação de culturas de coberturas, rolo corrente e capina manual. Sendo que este último poderia ser feito com a inclusão social de várias pessoas. Ou até mesmo criar empresas com a nova lei da terceirização, que poderia oferecer um serviço de capina manual para os produtores rurais... Lógico que essa prática seria muito mais viável para áreas de tamanhos pequenos e médios, ou mesmo para diversificar o sistema produtivo de áreas maiores.


MEDICINA CHINESA, HOMEOPATIA

Alguns trabalhos e práticas no Brasil sobre hemeopatia com conclusões eficases quanto ao uso de produtos biológiocos ou homeopáticos. Aqui um trabalho da Unijui para produção de leite este outro daqui em ovinos. O problema é que continua aquela velha dúvida se a empresa detentora da marca de algum destes produtos biológicos testados nos trabalhos não foi a patrocinadora da pesquisa, gerando dúvidas quanto a idoneidade dos trabalhos. Por isso seria muito melhor os pesquisadores não utilizarem os nomes comerciais dos produtos em seus trabalhos, e sim somente o nome e concentração dos princípios ativos usados.


Tive ótimos exemplos práticos que vi em uma clínica, com o uso plantas medicinais e outros medicamentos naturais. E isso esta causando um angustia na indústria farmacêutica, que não consegue penetrar e nem aumentar suas vendas no mercado chinês. A medicina tradicional chinesa (MTC) é extremamente respeitada milenarmente. A maioria dos hospitais ou clinicas trabalham de forma bem distintas da medicina que estamos acostumados. Inclusive o próprio governo não apoia muito a medicina ocidental. Os governo provinciais estão incentivando com marketing e bolsas de estudo (workshops) para profissionais da área da saúde de países estrangeiros para participarem de programas com bolsas de estudos dentro dos Institutos Confuncius, que também funcionam como propagação da cultura e língua chinesa. Estranho que esses institutos recebem várias críticas e a maioria por pessoas de países desenvolvidos. São diversos destes institutos espalhados por toda a China. Tive a oportunidade de conhecer dois institutos desses. Achei um tanto místico demais ou meio que placebo. Aqui outra matéria no The Economist que fala sobre isso.


Plantas medicinais
Email para contato sobre bolsa em
 um dos institutos
Portanto, mesmo um tanto controverso, a verdade é que muitas pessoas utilizam essa medicina aqui e sendo ou não placebo, elas estão funcionando e deixando a indústria farmacêutica um tanto furiosa. E se hoje existem pessoas que só utilizam medicamentos naturais, o mesmo pode ser empregado para tratamento de doenças em animais com produtos homeopáticos. Os humanos conseguem ao menos explicar se ha algo de errado em sua nutrição ou saúde, ao contrário de outros seres. Com foco nessas práricas de uso do princípio ativo de organismos e plantas como controle biológico, se buscam dosagens precisas para esse tipo de insumo, ao contrário do termo homeopatia que as vezes por não se focar muito nas doses acaba caindo em descrença pela maioria das pessoas. A nova (re)evolução agrícola esta trazendo uma união desses dois conceitos.



PRINCÍPIOS ATIVOS NO LABORATÓRIO

Uma das plantas utilizadas foi de Ginkgo Biloba, extrato desta
planta serve de biofungicida para tratamento de semente.
Agora gostaria de compartilhar algo mais específico. A formulação de biopesticidas na prática.
Tivemos ótimas instruções e práticas de laboratório com o Professor Dr. Xiuwei, que tem publicado trabalhos sobre extração de princípios ativos de plantas para formulação de produtos biológicos. Uso de cascas, folhas, flores, caules, frutos... tudo é possível durante a extração. Como encontrar uma planta boa para extração e saber se ela funciona? Converse com os agricultores! Essa foi a resposta. Então se sabe quais plantas são menos atacadas por insetos dentro de uma lavoura.
Já existe aqui na China extratos de plantas que funcionam como herbicidas para o controle de algumas espécies de Amaranthus. Ah, também existe o controle de insetos com o uso de inimigos naturais, que são espalhados com ajuda de drones.


Plantas de soja utilizadas durante os testes com biopesticidas.

A maioria destes insumos com princípios ativos naturais são indicados para aplicação preventiva.
O efeito do inseticida biológico da Amorpha fruticosa, por exemplo, leva entre 24 a 30h para fazer efeito no controle de pulgões e lagartas, quando aplicado com um pouco de antecipação abaixo do nível de dano econômico. Esse "um pouco de antecipação" são informações que necessitam ser validadas/testadas e pesquisadas.

Diferentes extrações de princípios ativos de
plantas medicinal para uso agrícola.

Uma cadeira com somente uma perna cairá. Adicionando outra, ela fica um pouco mais estável e cai também. Colocando uma terceira perna, formará um tripé e uma reforçará as outras. Esse é um dos princípios da sustentabilidade. as pernas seriam a economia, o meio ambiente e a sociedade.

Sempre ouvia dizer que temos que olhar cada vez mais de perto a natureza, ela é a resposta pra muitas coisas da vida. E além de ser a resposta, esta passando a ser a solução. Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma e se copia para se transformar novamente...
Biopesticida comercial
Trichoderma viride + 
Bacillus subtillis
Então, durante as práticas de laboratório, executamos atividades com extrações de plantas e bactérias. Os procedimentos são simples, o que achei complexo era a interpretação das leituras das análises nos equipamentos que medem os espectros das concentrações dos ativos.

Moléculas naturais como Rotenona, utilizadas a mais de 150 anos por algumas tribos indígenas no Brasil, da árvore timbó para captura de peixes, estão sendo estudadas para verificar malefícios a saúde humana.  Na China já existe biopesticida a base de rotenona para controle de insetos, de qual o princípio ativo é extraído da planta Lonchocarpus.


Diferença entre as formulações
 naturaise a sintética,de coloração 
branca leitosa quando misturada
 com água.
Porém, várias pesquisas como esta aqui, estão mostrando que rotenona e molécula do Paraquat "podem" causar mal de Parkinson. E hoje, é quase impossível controlar plantas daninhas sem a utilização de paraquate, é o único herbicida sintético que funciona e que tem aceitável custo benefício para agricultores. Esta circulando notícias, e de acordo com esta consulta pública sabemos que o principal risco é de quem manipula o produto, por isso é importante o uso de proteção ao manusear,  e que se respeitado a carência de uso e consumo do grão onde foi aplicado, o ingrediente ativo é degradado. Caso esse produto seja realmente banido, coloca em risco um dos pilares econômicos da sustentabilidade, pois o custo da produção irá aumentar, já que a maioria dos outros herbicidas existentes são muito mais caros e necessitam de dosagens mais altas para o controle de daninhas. Mas uma coisa é certa, nem os produtos naturais, como a rotenona, estariam isentos de malefícios a saúde.

Diversas plantas são utilizadas para testes e
viabilidade de ingredientes ativos biológicos
Hoje já existem pesquisas e resultados como esse dissertação aqui, que testou óleo de nim/neem que contem o ativo Azadirachtin com resultados no controle de pragas como a lagarta da soja. O óleo de neem já é usado a muito tempo, de forma empírica, para o controle de diversas pragas na agricultura orgânica, e hoje se estudam métodos de utilizar esse biopesticida para controle de pragas em larga escala e em doses corretas. Aqui na China, existem estudos de que o óleo de neem, pode controlar mais de 250 espécies de insetos. A árvore de nim (Azadirachta indica) se adapta bem ao clima do Brasil, mas já ouvi relatos de que ela pode causar mortalidade em abelhas, ou que o óleo esta causando...

A aula prática nos laboratórios eram executadas com diferentes pesquisadores, nos ensinando algumas técnicas (materiais e métodos) para se trabalhar com controle biológico. Usamos diferentes reagentes e solventes para trabalhar com a extração do mesmo princípio ativo. Era assim que comprovávamos que solventes diferentes atuam de formas distintas na extração destes ativos e era o que tornava a formulação diferente (líquida, wg, textura, coloração) com a mesma concentração do princípio ativo. A intenção era descobrir reagentes que tornem o ativo muito mais diluído na água para tornar menos agressivo ao meio ambiente. Para medir essa "agressividade" utilizamos diversos métodos de análises, tanto em plantas de soja, peixes e mamíferos, mas antes disso a formulação era medida em um equipamento "Varian". Esse equipamento mede o tamanho da onda do espectro e a interferência que ele pode ter durante a fotossíntese, quando em contato com a folha da planta.



Aquários onde são utilizados
peixes para medir
a concentração
 dos principios ativos em
caso de contaminação
 de lagos e rios.

Animais utilizados para 
análises de resíduos
de plantas ingeridas 
com biopesticidas.



Extração à vácuo















Produção em escala maior,
equipamento parecido com 
os atuais on-farms utilizados 
no Brasil

Espectrograma que indica a concentração
 do ativo e do solvente ou dos dois juntos, 
relacionados com a fotossíntese em caso
de utilização na parte foliar.
O tamanho da onda do espectro medido com laser, deve ter até 400 nanometros para não ocorrer fito na planta. O objetivo era encontrar uma formulação que tivesse um tamanho de onda alto, com maior absorvância, e uma onda gorda, sem ultrapassar os 400nm. É por isso que existem algums agroquímicos, o mais conhecido é um fungicida, que já torrou várias lavouras.





NOVOS PARADIGMAS, VISITANDO A FAZENDA

Soja orgânica para tofu e in-natura
Ouvi falar muito em produção orgânica na China. É estranho pensar que por aqui já existe essa tendência. Entretando o acesso a este tipo de alimento é restrito pelo alto custo de produção, mesmo assim existe um grande mercado pois pessoas com maior condições de compra já preferem investir mais nesse tipo de alimento. Se até num país com 1,4 bilhões de pessoas o próprio governo esta incentivando a produção orgânica é porque realmente têm fundamento. Visitamos uma fazenda em Guan Shan na cidade de Fushun, chamada de "Eco-Agricultural Company". É uma propriedade agrícola especializada na produção em média escala de grãos orgânicos e "alimento verde" de soja, milho e principalmente arroz. O que mais me chamou a atenção foi um tipo de repelente para insetos extraído do caule e casca de uma árvore. Esse resíduo vem do beneficiamento da madeira. Eles utilizam misturado junto ao adubo, espalhado à lanço, que serve para repelir insetos. Ou seja, é um fertilizante que também serve como inseticida repelente. Porém, devemos desmitificar que agricultura orgânica é só para hortaliças ou para agricultura familiar, e tornar viável essa produção em média escala como uma nova forma de agregar valor á commodity soja, deixando de lado a ideologia política dos produtos orgânicos. Pois acaba sendo uma opção a mais para o consumidor final e também forma de diversificar a produção. Dessa forma até podemos pensar em uma nova cadeia que esta se criando. Produção de aves e suínos que se alimentam de soja orgânica e entrarem no mercado como carne orgânica... desde que utilizem medicamentos homeopáticos para controle veterinário. Ou então poderiam ser consideradas alimento verdes (green food), uma nova categoria utilizado aqui na china que fica entre os alimentos convencionais e orgânicos.

Todo o sistema de produção era baseado em reaproveitamento de recursos. E os insumos utilizados eram todos biológicos. Essa propriedade fazia parte de um programa junto com a universidade agrícola de Shenyang, onde eram colocados em prática, junto com os proprietários, sistemas de produção, manejos e dias de campo para transferência de informação para difusão destas práticas.

Serraria onde coletam os resíduos de madeiras para 
produção de adubo com repelente natural para insetos.
O uso de adubação de compostos orgânicos é considerada antiga por aqui, com uso de esterco animal e de feses humanas para produção de batatas.  Adubação sistêmica e homeopatia, como controle biológico para animais, podem ser consideradas fora da realidade para alguns sistemas de produção e até mesmo, meio impossível. 

Gado criado a pasto, mesmo sendo considerado "carne verde" ainda não pode ser considerado orgânica pelos medicamentos químicos que são utilizados para controle de pragas e doenças.

Como diria o Sheik Zayed, um dos líderes visionários dos Emirados Árabes: o impossível é o que guia as grandes ambições. Durante a idealização do projeto de construir cidades e ilhas cheia de árvores no meio do deserto, diversos consultores especialistas diziam que seria impossível o plantio de qualquer tipo de planta pois o solo era totalmente arenoso, seco, salino e com clima totalmente adverso. Esses foram os obstáculos que criaram o caminho para soluções criativas de Zayed e que guiam o atual "presidente" Bin Rashid. 


POTENCIAL

Se pensarmos na diversidade de árvores e plantas que temos em nosso país, a idéia em pesquisas e trabalhos com essas plantas para extração de novos ativos como alternativas para substituir produtos sintéticos é algo inimaginável. Por esse motivo que devemos lutar para a nacionalização das nossas florestas. A amazônia é nossa! E a única forma de conseguir novas descobertas indo atrás da raíz. Quem são os maiores conhecedores de medicamentos naturais? Os bugres, índios e pessoas antigas, como aquela vó que usa cobrina para picadas de mosquitos. São com essas pessoas que se deve conversar para extrair informações sobre plantas medicinais. O próprio SEBRAE tem um curso só sobre plantas medicinais. Acho que o caminho é por aí, unir essas informações com quem queira iniciar pesquisas com produtos biológicos em universidades. Muito melhor ainda se alguma instituição públicas tivesse fundos para fazer pesquisas assim, sem intenção de lucrar abusivamente às custas dos agricultores, mas sim fazer com que tenham maiores produtividades com menores custos, gerando maior produção de grãos para a economia.


Esse fungo nasce na cabeça das lagartas e só é encontrado
no sul da China e nas montanhas do Tibet.

Os Estados Unidos, hoje é o país que mais concentra patentes e registros de produtos biológicos, com mais de 3.000 registros, e muitos dos ativos destes produtos já eram utilizados ha séculos atrás na agricultura da China, porém os chineses não haviam se dado conta em registrar. Muitas, mas muitas plantas medicinais são usadas para tratamento de doenças humanas, sem nenhuma comprovação ciêntifica. Por isso que faltam pesquisas ou comprovações destas práticas tanto em humanos quanto em plantas. O maior desafio não é a extração dos ativos, mas sim as formulações, dosagens, validações e comprovações cientificas para então fazer o registro e patente. Se os chineses tivesssem registrado o guarda-chuvas, e várias outras descobertas, com certeza teriam aceito o uso de plantas transgênicas em sua agricultura. Mas perae, o que tem uma coisa  haver com a outra????

Porque a China importa grãos transgênicos de milho e soja, não permitindo o cultivo destas plantas em seu país???

- O motivo, não é pela dúvida com relação á biotecnologia, mas sim por entraves e interesses políticos. Assunto que discutimos muito durante esses dias do programa juntoi com o grupo de vários países. Mais além vou passar a limpo minhas anotações a respeito destas discuções



UNIVERSIDADES BRASILEIRAS, POR FAVOR FAÇAM  MAIS PESQUISAS

No Brasil, têm um bocado de empresas de produtos biológicos já atuando no mercado, com preços ainda bem elevados se comparados com o valor vendido ao produtor chinês e americano. Necessitamos de muitas pesquisas a respeito. Os processos parem simples na prática de laboratório. Mas as principais questões fundamentais para concluir o processo de criação de um produto é justamente na podologia exata. Outro fator é o controle que o estado faz no mercado agrícola. Mais incentivos fiscais para que esses novos insumos venham para facilitar e tornar acessível essas ferramentas e opções para os produtores controlarem as doenças, pragas e plantas indesejadas em suas lavouras.


Organograma de bipesticidas,
adaptado de Xiuwei Li

Tenho a aula em ppt completa sobre Processos tecnologicos e práticos para formulação de biopesticidas e artigos do professor Xiuwei Li, em inglês, se alguém quiser, me manda um email marcelochiappetta@gmail.com 
Nos foi solicitado para não fazer o upload na rede deste ppt. Mas posso enviar pessoalmente. Com certeza irá servir como fonte de boas idéias para quem estiver pesquisando sobre esse assunto.



PARA ONDE VAMOS?

Os biopesticidas são apenas uma das fragmentações da nova economia que esta surgindo no mundo, não só na agricultura. Vivemos num ambiente com países cada vez mais protecionistas e menos voltados para integração e cooperação ganha-ganha, numa uma onda de não líderes que uma hora ou outra irá causar algum impacto maior no mundo em que vivemos.  Por isso que estão chamando os grupos de países desenvolvidos que antes eram G-8 de G-Zero. Vivemos uma crise com carência de líderes, não só de nível nacional, mas global.


IDÉIAS

Para as biofazendas certificadas, umas das idéias seriam parcerias entre produtores rurais empreendedores e firmas especializadas que disponham de recursos para investir em equipamentos para produção de biopesticidas. Desta forma, fariam uma simbiose com o produtor rural para instalar uma unidade de produção em comodato, dentro da área deste produtor. Assim o local de produção seria em zona rural, podendo favorecer com a economia local. Em contra partida, a empresa ofereceria os produtos como forma de pagamento para este produtor, dependendo do tamanho da área. Claro que existem vários riscos para o negócio e esse processo de instalação e legalização do registro, exigiria um planejamento estratégico muito mais detalhado.

MAIS IDÉIAS

Acredito que não esta longe de termos uma lavoura totalmente com produtos biológicos ou homeopáticos, vários exemplos nessa safra de 2017 em lavouras de trigos no Rio Grande do Sul. Já existem casos de lavouras de soja totalmente isenta de insumos sintéticos, o desafio é produzir esses grãos em larga escala, pois o maior detalhe esta no controle de plantas daninhas. Ai que entra a questão de agregar valor ao nosso produto final. Várias idéias surgiram aqui sobre o efeito da produção de grãos dentro do sistema biológico que podem mudar completamente a cadeia de produção e melhorar muito a qualidade de vida no campo e das pessoas nas cidades.

Moderno é otimizar recursos, ou seja, produzir mais e melhor, com menores custos, estando dentro do pilar social e ambiental.

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