PRODUTIVIDADE X RENTABILIDADE
Safra após safra o Brasil tem batido recordes de produtividade. Segundo o CESB o campeão de produtividade da safra 2016/2017 alcançou a incrível meta de 149 sacas/hectare, mostrando que a cultura da soja tem sim um grande potencial de produtividade visto que a média nacional é praticamente 1/3 do alcançado pelo campeão brasileiro de produtividade. E ai é impossível não questionar: afinal o que mais interessa ao produtor altas produtividades, ser sempre o mais produtivo da região e ser reconhecido como tal, ou ser o mais rentável no negócio de modo geral mesmo que sua lavoura não seja a que mais produziu?
Existe uma competição muito acirrada, todos querem sempre produzir mais, e alguns acabam esquecendo de analisar os custos envolvidos na produção. Quanto mais desejarmos produzir maiores deverão ser os investimentos feitos, mas não podemos esquecer de buscar o ponto de equilíbrio. Uma propriedade rural como qualquer outra empresa só continuará existindo se o saldo obtido com a venda do produto final for positivo quando descontarmos os valores gastos no processo de produção.
Em um momento onde a oferta de insumos e tecnologias é cada vez maior há que se ter critérios na tomada de decisão na escolha de insumos e aplicação de tecnologias buscando maximizar o rendimento financeiro da propriedade, não podemos investir cada vez mais buscando produtividades maiores sem que haja um incremento real na rentabilidade pois se não houver incremento na rentabilidade o produtor apenas estará consumindo mais insumos no processo produtivo e transferindo uma fatia importante da sua lucratividade para as empresas fornecedoras de insumos visto que não há diferença de rentabilidade entre aquele que produz 60 sacas com custo de 30 sacas e aquele que produz 80 sacas com custo de 50 sacas, apesar do aparente ganho em produtividade a rentabilidade final, é a mesma.
CONSULTORIAS X LUCRATIVIDADE
Atualmente existem formas de se contratar inteligência para se aumentar a produtividade nas empresas rurais. Uma delas são as consultorias agrícolas especializadas. Porém percebemos que a forma de remuneração destes profissionais ainda é extravasada. Vamos direto ao ponto: o ideal para se contratar um consultor agrícola é que se remunere pela produtividade líquida, ou um valor fixo mensal totalmente acessível e que não onere o custo de produção e seja desvinculado da produção bruta. O profissional agrícola deve ser valorizado e dessa forma se ele for realmente bom, ele poderá cobrar um percentual em sacos sobre a produtividade líquida, ou seja, dos 60 sacos com custo de 30 ele deverá receber a bonificação sobre os 30 sacos por hectare que sobraram. Por isso que primeiramente as consultorias contratadas no meio rural devem levar em consideração primordial um suporte na contabilidade do produtor para depois entrar no sistema de manejos. E atualmente são raras exceções as empresas de consultorias que atuam desta forma.
Uma forma de se tornar independende de insumos externos dentro de empreendimentos rurais é a utilização de métodos da agricultura fermentativa em larga escala, que conforme Decreto 4-074/2002 libera a produção onfarm de biopesticidas para uso próprio dentro das propriedades rurais, como uma nova ferramenta biotecnológica. No entando ainda falta resiliência para os métodos serem aceitos dentro do atual modelo de sistema em que produzimos. Pouquíssimas empresas de consultoria estão trabalhando com essas novas tecnologias de manejos biológicos, tornando esta ferramenta uma excelente opção de oportunidade de negócio para consultores que queiram avançar e uma nova solução de redução de custos para os produtores e melhor para a sociedade, utilizando inovações e biotecnologias.
#Novas ferramentas biotecnológicas com manejos integrados e consultorias agrícolas especializadas.
#Novas ferramentas biotecnológicas com manejos integrados e consultorias agrícolas especializadas.
Começa a fazer cada vez mais sentido sobre o grande desafio que devia ser utilizado nas competições de produtividade do CESB. “O quê e como fazer para que os produtores possam ser eficientes e competitivos com menos créditos, com menos subsídios, com menos investimentos, com menos garantias oficiais de comercialização e com menos Estado”.
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* Agradecimento pela coloboração no texto para Naiana Bar, Engenheira Agrônoma e Produtora Rural.
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