March 11, 2020

Aceitando a independência do setor primário




Nós produtores e, principalmente, nossos representantes, devemos ficar atentos. Existe um enorme potencial mercadológico dentro desse novo segmento que surge na era biológica, que podemos denominar de AGROECONEGOCIO. Já vimos uma cena nada favorável das Federações Agrícolas que deveriam nos representar, mas aceitam valores abusivos de royalties cobrados pelo uso de novas biotecnologias. Acreditamos que toda tecnologia têm seu valor e merece reconhecimento na pesquisa, mas desde que não seja uma cobrança abusiva para o setor primário. Caso nossos representantes voltem a se corromperem pela indústria, veremos a mesma cena acontecendo nessa nova indústria dos insumos biológicos. Sabemos que hoje é possível trabalhar com microorganismos ativados na própria fazenda - onfarm - , desde organismos naturais presentes nos estercos de ruminantes e nas matas nativas, assim como cepas selecionadas, organismos vivos, de origem e oferecidos por Instituições de Pesquisas. 

A indústria de produtos biológicos já apresenta um comportamento ganancioso e interessada em abocanhar novamente boa parte do lucro de nosso setor primário, buscando de todas as formas patentear algumas cepas ou misturando contaminantes para evitar a produção natural, fermentação de seus produtos. Esses organismos são seres vivos...  É uma pena que essas indústrias não estejam ao lado dos produtores rurais de forma empática e que, ao invés disso, entram em conflito e se opõem. Existem casos de consultores que foram intimados por organizarem treinamentos que instruem agricultores a fazerem seu próprio insumo. É como se a indústria dos molhos de tomate ameaçasse um agrônomo que ensinou um restaurante a ter uma produção de tomates em seu quintal imaginando que, dessa forma, esse agrônomo e seu restaurante atrapalhariam,  comercialmente, as vendas de tomate processado e dariam um mau exemplo pois estariam criando uma disrupção no sistema. Mesmo o lucro ficando com o restaurante e movesse a economia destes locais.

Um microorganismo produzido na propriedade rural nada mais é do que uma forma de cerveja artesanal. No início se começam com panelas pequenas, no fogão de casa e depois pode-se evoluir para tanques maiores e mais automatizados. Se, por acaso, durante o processo o odor não estiver muito agradável, basta descartar a batelada e ainda podemos fazer análises laboratoriais e ter certeza da qualidade dos fermentados e descobrir o que deu errado. Mas quem aprecia cerveja artesanal, ou já acompanhou quem faz, sabe que um dos segredos está no cuidado com a limpeza durante o processo e que, mesmo em panelas pequenas, podemos fazer cervejas de excelente sabor. Os outros segredos só são descobertos por quem tem atitude e começa a fazer.


fazer cerveja em casa
Produção de cerveja IPA em casa. fonte: https://vinhosecervejas.com.br


Tanques de produção de insumos orgânicos onfarm para uso próprio. Fazenda Cambará




Would this be too much to ask for? (No idea how to make my 5 gal batches into this monumental task, but someday.  Someday...)
Equipamentos para brassagem de cervejas. Fonte: www.brewplants.com/


Equipamentos para produção de insumos orgânicos onfarm, para agricultura. Fonte: Solubio


Utilizar métodos de pulverizações inundativas, mantendo os microorganismos vivos e ativos por mais tempo para alimentar o solo e proteger as plantas, é uma das ações dentro desta prática. Por experiência própria, o maior desafio ainda é o controle da ferrugem asiática, se falando em soja, mas temos convicção de que se alimentarmos os microorganismos do solo para que eles alimentem a planta e quando essas plantas forem bem nutridas sem excessos ela quem irá ativar os beneficios do solo, ocorrendo balanços na relação de nutrientes, poderemos sim ter vegetais com maior imunidade ás pragas e doenças. Porém o que percebemos Brasil a fora é que ultimamente algumas práticas dentro das propriedades rurais estão sobrepondo muitas teorias e irritando alguns renomados consultores já que têm sua formação baseada em ensinamentos, referências e métodos de pesquisa cartesianos e planificados. Muitos agricultores e consultores estão lutando para entender uma metodologia de produção inteiramente nova. A nosssa única libertação é o conhecimento, tudo é motivo de aprendizado

A ERA DO CONHECIMENTO

Devemos nos unir mais quando o assunto é conhecimento, segundo a cultura asiática é o único bem que consideram compartilhável, o que explica a forma como quebram patentes de direitos industriais e intelectuais. O conhecimento deve ser compartilhado, e mesmo nesse novo mercado de vendas de cursos online de todos os tipos, ainda se encontram muitos videos e informações gratuitas, é só procurar na rede.

A tecnica de venda da qual o negociador utiliza a inveja para acertar o ego do possível comprador esta com os dias contados, e esperamos que a forma como irão comercializar  novos produtos agrícolas utilizem técnicas de venda menos prostituídas.

O núcleo desse novo paradigma é o reconhecimento de que a ciência moderna confirma uma idéia antiga, a idéia de que a consciência é como se fosse um solo e nele tudo pode existir, agregando experiências que irão refletir na construção e formação de um novo perfil.

O sucesso desta nova agriculura é a paz de espírito, que é um resultado direto da satisfação consigo mesmo por saber que você se esforçou  para dar o seu melhor em se tornar o melhor que é capaz de ser. Portanto, como diria o Prof Luiz José Garcia "devemos viver como se fossemos morrer amanhã e fazer agricultura como se fossemos viver cem anos"



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